quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Por que mais um jogo de RPG?

Quando eu comecei a criar o meu jogo muitas pessoas me perguntavam por que eu estava criando mais um jogo, considerando que já há tantos jogos de RPG no mercado.

Bem, talvez existam muitos jogos, com temas diferentes, regras prontas para "tudo"... mas nenhum se encaixava no jeito que eu vejo o jogo fluir. Não digo que os demais jogos estejam errados, mas como não se encaixavam ao meu jeito de mestrar decidi criar o meu próprio jogo e ao menos espero que outros mestres e jogadores também pensem como eu... espero que meu jogo possa agradar a essas pessoas.

Bom, há muitas coisas que eu posso falar sobre o que mudei no meu jogo, se for do interesse de alguém posso explicar cada uma das minhas decisões, mas vou tentar fazer um resumo de algumas características que acho fundamentais:

1 - Sempre que as rolagens envolverem PCs haverá uma rolagem de resistência, seja ela ativa (2 atributos), seja ela passiva (apenas um atributo).
2 - Todas as magias têm progressão. Não há magias que no nível um ou com apenas um sucesso obtém o mesmo resultado que se 5 ou mais sucessos fossem obtidos. Por exemplo, não existe uma magia que no nível um deixa o personagem invisível, sendo que este só poderia ser visto por alguém que tem uma magia contrária.
3 - Não existem poderes nem situações que fazem o jogador perder o controle do seu próprio personagem. Uma ilusão certamente fará o personagem agir diferente, mas é o jogador que escolhe a ação, não existem magias que simplesmente controlam a mente do personagem. E, apesar de humanos sentirem medo e raiva, a regra foi feita para vampiros, os quais não possuem sentimentos, também não sendo guiados pelo medo ou pela raiva. Ou seja, não há nenhuma regra que forçará o personagem do jogador a fugir ou atacar.
4 - O sistema de idiomas torna mais fácil adquirir novos idiomas quando o personagem já fala vários idiomas mas, ao mesmo tempo, não faz com que o personagem sempre seja fluente nos novos idiomas.
5 - As magias são versáteis e há regras de como criar novas magias. Efetivamente, as restrições quanto a progressividade das magias impedem que poderes extremamente apelões sejam criados.
6 - As magias podem ser combinadas para criar novas e mais poderosas magias, mas isso não é feito durante o jogo, o personagem deve adquirir tal poder com XP. Isso permite que o mestre tenha tempo, antes de iniciar o jogo, de decidir se o novo poder é válido ou não, o que elimina a perda de tempo causada por alguém tentar criar um efeito novo no meio do jogo.
7 - Não existem magias que permitem ao personagem atacar 4, 5 ou 10 vezes num turno. Isso faz com que os demais jogadores durmam. Qualquer poder que aumenta a velocidade do personagem irá fornecer bônus aos ataques. Representativamente o personagem pode estar atacando 10 vezes em um turno, mas apenas uma rolagem será feita.
8 - Não há rolagem de iniciativa. Algumas pessoas podem achar que sempre haver rolagem de resistência pode atrapalhar o jogo, pois em um combate sempre haverá a rolagem do atacante e da vítima. Porém, o combate fica rápido por não existirem ações múltiplas nem rolagem de iniciativa. Se dois personagens decidirem atacar juntos, aquele que tiver mais sucessos irá acertar primeiro.
9 - Existem especializações, mas elas servem apenas para eliminar penalidades. Se a situação não cria uma penalidade, não há por que existir uma especialização. Um grande problema que vejo em jogos com especializações é que o jogador escolhe uma especialização (Espadas, na habilidade armas brancas) e sempre luta com espadas... isso faz a especialização ser um nível adicional de habilidade, mas mais barato (ou até de brinde). Neste jogo, se lutar com machado cria penalidades, então é possível ter uma especialização para reduzir (ou até eliminar) tal penalidade, mas a especialização nunca fará lutar com um machado ficar mais fácil que o uso da habilidade padrão.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Morte da Alma

Muitas lendas dizem que vampiros não tem alma. Algumas dizem que o vampiro só perde a alma assim que mata pela primeira vez... mas não é bem assim que funciona.
A visão de que a alma dos vampiros morre talvez se deve ao fato de que vampiros simplesmente não sentem culpa. Vampiros não tem emoções e, por isso, muitos acreditam que sua alma foi levada embora. Outros, porém, acreditam que isso é apenas um fenômeno natural, pois vampiros são quase que 100% voluntários.
Exceto pelo sono e a cura vinculada a ele, vampiros tem 100% de controle de seu corpo e de suas ações, não sendo influenciados nem por emoções, nem pela dor.
Esta, apesar de ser percebida, não afeta a capacidade do vampiro pensar e vampiros podem voluntariamente amputar seus membros sem demonstrar sinal algum de estarem sentindo dor.

Independente dos detalhes específicos, muitos vampiros querem continuar agindo como humanos normais e tentam agir como se tivessem medo, como se sentissem raiva, como se realmente sentissem amor. Outros acham que tem que ser monstros, cometendo as maiores atrocidades possíveis assim que percebem que não sentem culpa.
Não importa qual é a ação que o vampiro toma, após algum tempo é comum que os vampiros esqueçam como é realmente sentir uma emoção, esquecendo que deveriam demonstrar medo ou raiva e, por outro lado, vampiros que cometem muitas atrocidades acabam sendo caçados, e isso faz com que esses vampiros mudem, ou morram.